Boas Férias

Novos visitantes!!!

Por informação da Google Statistics, o nosso blogue tem novos visitantes, os quais acedem com frequência às nossas postagens.

Sem dúvida, um motivo de orgulho para todos nós e para a escola.



Brasil, Estados Unidos, Canadá, Espanha, Holanda, Suíça, França, Angola, Ucrânia, Alemanha, Taiwan, Japão, Reino Unido, Porto Rico, Irlanda, Bélgica, Hong Kong, Canadá, Moçambique, Itália, Bulgária, Noruega, Finlândia, Rússia e Timor-Leste.







30/04/10

EL-REI TADINHO

ALICE VIEIRA

Alice Vieira nasceu em Lisboa. É licenciada em Germânicas e a partir de 1969 dedica-se profissionalmente ao jornalismo. Em 1989 decide dedicar-se por inteiro à escrita.



El-Rei Tadinho tem ideias luminosas. Mas um dia, de repente, acorda sem luz. E nem o físico da corte atina com a causa de tamanho desgraça. A partir daqui, o Reino das Cem Janelas vai conhecer dias agitados –povoados de ministros que não sabem muito bem o que ali estão a fazer, de conselheiros diplomados em escrever decretos que não servem para nada, de um draga que não tem tempo para ouvir discursos inúteis, de uma Bruxa-de-Estimação que decide mudar de vida, de uma Fada que, em tempo de crise, aceita qualquer trabalho, e de uma princesa que enche de «rr» e «hh» todas as palavras.



Capítulo Um


Diziam os grandes livros de leis do Reino das Cem Janelas que a crise, quando nascia, era para todos. Ou seja: se faltava comida na mesa do ferreiro, também faltava comida na mesa do juiz; se entrava água em casa do pedreiro, também entrava em casa do físico da corte.


Capítulo Dois

Havia no Reino das Cem Janelas uma bruxa de estimação. Dizia-se que tinha assistido à formação do reino. Dizia-se até que em tempos namorara el-rei Tadinho, e que fora para bruxa no dia em que este, ignorando a sua paixão, decidira casar com a princesa Ritelá, de um reino que nem sequer vinha no mapa, a qual podia não ter poderes mágicos, mas tinha uma conta no banco que dava gosto ver.


Capítulo Três


Foi a meio de um longo e fastidioso Conselho de Ministros, com a chuva a bater nos vidros das janelas, que el-rei Tadinho deixou cair pesadamente a mão sobre a mesa, e declarou solene.



Capítulo Quatro

Foi numa tarde de Inverno (o que chovia, santo Deus!) que Riquezas sentiu, pela primeira vez na sua vida, a falta da matemática. Até esse dia, verdade se diga, nunca a matemática lhe tinha feito falta nenhuma: encantava e desencantava perfeitamente sem a ajuda dos números. Bastava-lhe a varinha de condão.



Capítulo Cinco

Fosse pelo cansaço provocado pelo esforço daqueles dois anos a ler cartas, fosse por que motivo fosse, a verdade é que el-rei Tadinho acordou na manhã seguinte sem qualquer ideia luminosa.

 
 
Contributo de Cadjali Júnior Seidi, 5ºE, Nº7

1 comentário: