Pensei que fossem ser umas férias de verão normais como sempre mas não, tudo começou quando estava a ler uma revista e vejo um anúncio muito colorido cheio de cores todo catita dizendo: “ Preciso de assistente de viagem, durante dois meses, estadia, comida e viagem tudo pago. Uma exigência: o espírito aventureiro”. Quando li isto vi logo, este trabalho tem que ser meu, por baixo do anuncio dizia a morada do lugar onde tínhamos que ir para as entrevistas, e a data e hora em que tínhamos que aparecer, bem só me restava rezar para ser eu a ficar com o lugar.
Embora não soubesse qual era o país só queria que fosse um país com uma cultura bem diferente à minha, pois estou sempre aberta a experiências novas. No dia das entrevistas custou-me acertar com o local, mas consegui lá chegar.
Era um prédio velho, nada a haver com o que eu imaginava, mas notava-se que era um prédio cheio de histórias para contar. Quando entrei senti logo um ambiente calmo e sereno.
Quando parei na recepção, a rapariga que estava lá a atender o telefone, que não parava de tocar, disse-me onde era a sala de espera.
Havia lá muitos candidatos eu era a última, tinha que ir fazendo algumas amizades senão morria de tédio, mas, maior parte daqueles candidatos eram todos com a mania de que eram muito espertos e inteligentes. Cá para mim eram todos uns esquisitinhos, até havia um rapaz que estava vestido à marinheiro, penso que era para mostrar que era aventureiro!! Foi então que, após dez minutos de tédio, resolvo falar com uma rapariga que estava sentada num canto a ler um livro, fazia parte da minha lista de pessoas menos esquisitas.
Fui ter com ela e para fazer conversa perguntei:
-Olá tudo bem? Que livro estás a ler? – Ela não respondeu apenas levantou a capa do livro para a frente dos meus olhos, era um livro de Gonçalo Cadilhe.
-Porque é que estás a ler esse livro? – Perguntei eu já um pouco intrigada, ela respondeu-me:
-Não sabes para quem possivelmente seremos assistente? – Abanei a cabeça, respondendo não – Como assim? Não sabes? Vamos trabalhar para Gonçalo Cadilhe. – Disse ela com um espanto que só quem não viu a cara dela não sabe.
Bem, encolhi os ombros se não quisesse saber e comecei a apresentar-me: - Olá, tudo bem? Chamo-me Paloma e tu?
- Chamo-me Elisa, mas podes tratar-me por Lisa como todos me tratam. – Disse ela entusiasmada levantando-se, quando quis começar a conversar e a querer tornar-me amiga a recepcionista chama-a e diz-lhe que já pode entrar.
Despedi-me dela com um simples adeus com a mão e boa sorte, já restavam poucas pessoas, já só restava eu.
O nervosismo começou a chegar, e depois senti abrir a porta era a Lisa ela estava um pouco desanimada e nem quis falar comigo, a recepcionista voltou outra vez, e disse:
- É a tua vez, podes vir, boa sorte. – Disse ela com um sorriso na cara.
Quando cheguei lá estava um senhor. Ele estava na capa do livro da Lisa e eu sabia o nome dele.
- Sabes o meu nome? E porque estás aqui? – Perguntou ele.
Eu só tinha o nervosismo que havia a percorrer-me a cabeça e respondi:
- Eu sei o seu nome, mas não me lembro, mas, sei porque é que estou aqui, estou aqui porque precisa de uma assistente. Disse eu meia a gaguejar, e nervosa, ele sorriu para mim e disse:
- Parabéns és a minha nova assistente. – Eu só consegui dar três pulos gritar de felicidade e depois perguntar:
-Para onde vamos? – Ele respondeu:
-Para a Índia. Conheces? – Eu só consegui abanar a cabeça dizendo que não tal era a minha felicidade.
- Nem eu, e ainda bem assim maior ser o espanto quando chegarmos lá, vamos para lá, amanhã. – Disse ele com um sorriso.
- Mas eu nem tenho as malas prontas como é que vou fazer? O que devo levar? Em que aeroporto devo estar? Desculpe estar a fazer tantas perguntas mas eu preciso saber. – Perguntei eu quase a explodir, foi então que ele deu-me um monte de cinco folhas e disse-me.
-Estão aí as respostas ás tuas perguntas e se precisares de alguma coisa telefona-me, tudo bem?
Sim, sim tudo óptimo. – Respondi eu a ler a primeira página.
Fui para casa, e comecei a fazer as malas com base naqueles papéis, no dia seguinte fui ter ao aeroporto e fiquei à espera na porta de embarque com as minhas três malas, quando lá apareceu ele com apenas uma mala média e uma mais pequena e a acenar para mim, quando chegou mais perto disse:
-Estás pronta para a aventura? Eu estou.
-Sim estou senhor. – Disse eu.
Ele disse-me entretanto:
- Aqui está a tua passagem ida e volta para a Índia. – Eu agradeci e disse que não o iria desiludir, ele disse:
-Espero que sim. O que sabes sobre a Índia? Perguntou ele.
- Não sei quase nada, mas espero aprender muito. - Respondi eu andando lentamente para dentro do avião.
Já quando saímos do avião pousou na terra começámos a sair do avião as pessoas do aeroporto eram muito engraçadas para além de falarem um língua totalmente diferente à nossa e divertida. Quem me dera aprendê-la!! Quando saímos do aeroporto estavam um monte de pessoas à espera não sei bem de quem ou do quê com cartões nas mãos com nomes. Num desses cartões vi o meu nome e o do doutor.
-Temos que ir ter com ele? – Perguntei eu apontando para o rapaz que tinha o cartão.
- Sim, temos aquele rapaz é nos vai ajudar a orientar aqui. – Respondeu ele acenando ao rapaz, como quem diz estamos aqui, e lá fomos nós.
A rua tinha um cheiro diferente e o trânsito era de loucos, para quem diz que o trânsito do IC19 é infernal tem que ir ver aquele, barulho, fumos dos carros por tudo quanto é sítio, de loucos. Apanhámos um tuck-tuck um género de triciclo demorámos cerca de trinta minutos a chegar lá à estalagem e foi muito engraçado e um pouco esquisito visto que estávamos sempre a andar e a parar a andar e a parar e sempre aos solavancos nunca tinha visto nada assim, as vacas pelo que vi andam livremente e os elefantes que eu pensei que só iria vê-los livres na selva afinal andam livremente na Índia.
Chegamos finalmente á estalagem, não era um hotel de cinco estrelas, era simples, mas acolhedor e confortável, tinha um ar místico e parecia um palácio em ponto mais pequeno com tantas decorações. O senhor Gonçalo deu-me uma chave e disse:
-Aqui está, é a chave do teu quarto fica mesmo ao lado do meu, podes agora descansar pois deves estar cansada da viagem. Eu vou tirar algumas fotografias por aí. – Disse ele com a máquina fotográfica na mão.
- Nem pensar! – Disse eu dando as minhas malas ao empregado – Eu?! Descansar? Se eu vim cá é para ser sua assistente e é isso mesmo que vou fazer mas se não precisar de mim posso ir fazer compras no mercado, mas, a única coisa que não faço é estar a descansar, não de dia.
-Muito bem! Se não queres ficar na estalagem a descansar melhor vens ajudar-me a tirar fotografias, tudo bem ou preferes fazer compras? – Perguntou ele.
Eu preferia fazer compras mas, se precisar eu posso ajudar a tirar as fotografias. – Disse eu. Após uns segundos de reflexão o senhor Gonçalo, disse:
- Vamos dividir o dia em duas partes, o agora vamos tirar fotografias e depois vamos fazer compras e trazer lembranças, está bem assim para ti?
- Sim. Está óptimo não podia estar melhor juntamos o útil ao agradável e tornamos tudo num dia melhor. – Disse eu já a caminho da porta.
Começámos por tirar fotografias à estalagem, e viajámos num tuck-tuck ainda bem que não estava muito trânsito, o rapaz que nos trouxe do aeroporto também vinha connosco. Tirámos montes de fotografias, começámos pelo Rio Ganges. É um rio grande pelo que o senhor Gonçalo disse, no rio Ganges até queimam mortos, bem felizmente, não assistimos nenhum desses rituais.
A meio do dia fomos almoçar à estalagem típica comida indiana, era uma maravilha e tudo era bastante picante excepto a sobremesa, que era bem docinha e com um agradável sabor a canela, que maravilha, entretanto depois do almoço fomos ao mercado, eu levei as minhas economias e lá fomos nós.
No mercado havia um cheiro diferente a todos os cheiros que já havia cheirado, havia panos de várias cores e tecidos, brilhantes e com missangas que colorido e lindo.
Comecei a gastar as minhas poupanças, eu só dizia:
- Quanto é que custa? Tem aí um tamanho mais pequeno? – Perguntava eu enquanto o senhor Gonçalo tirava fotografias.
Comprei um pano típico indiano de sete metros, era enorme, enrola-se praticamente sete metros à volta do corpo, só tinha era de procurar alguém que mo conseguisse pôr.
-Senhor Gonçalo onde vamos amanhã? – Perguntei eu após chegarmos à estalagem, com tantas compras e fotografias, o senhor Gonçalo virou-se e disse:
- Amanhã vamos aos estúdios de Bollywood, que tal?
- Hollywood? Mas Hollywood não fica na Califórnia? – Perguntei com o meu espanto.
- Sim, mas, tu compreendeste mal não é Hollywood, mas sim Bollywood. A maior indústria de cinema da Índia, produz tantos filmes quanto Hollywood. – Disse o senhor Gonçalo. Eu quase desmaiei, ao saber que cometi aquela falha, mas, não desanimei é o primeiro dia tenho que me habituar, e para a conversa não ficar sem rumo perguntei:
- E à noite onde vamos? Ficaremos em casa ou vamos dar um pequeno passeio?
- Se quiseres podes vir comigo ao cinema! – Disse ele, eu bem adoro ir ao cinema não podia ficar sem responder e disse:
- Claro, mas como é que irei compreender o filme se não sei falar Hindu? Podemos ver algum filme legendado?
- Claro, claro que podemos. Vamos então ao cinema? – Disse ele dirigindo-se à recepção.
- Sim, sim claro mas e o rapaz que esteve connosco todo o dia não vem? –
Perguntei eu.
- Vem – disse o senhor Gonçalo
E lá fomos nós, ao cinema. Vimos um filme legendado em inglês, era muito engraçado apesar de eu não ter entendido nada visto que não sei falar muito bem o inglês.
Contributo de Deusa Paloma, 7ºA