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05/02/11

SEXTA-FEIRA OU A VIDA SELVAGEM

Eu li o livro Sexta-feira ou a Vida Selvagem do escritor, Michel Tournier, editado pela Editorial Presença, sendo já a 39ª edição. Este livro trata de um marinheiro, chamado Robinson, que como disse, fazia parte da tripulação de um navio, o Virgínia. Este era comandado pelo capitão Van Dayssel.
            No dia 29 de Setembro de 1759, enquanto estas duas personagens iam em viagem, pelos lados da América do Sul, mais concretamente perto do arquipélago Juan Fernandez, não muito distante da costa chilena e apesar de Robinson ser de Inglaterra, abatera-se uma grande tempestade. O céu escurecera, o mar agitara-se e tudo isto contribuíra para a formação de um grande temporal. Os tripulantes deste navio não temeram demasiado, pois o barco oferecia grande estabilidade e por isso os marinheiros não tinham grande receio. Prova disto, é que enquanto se abatia aquela intempérie, os marujos jogavam tranquilamente às cartas. Porém, apesar desta tranquilidade toda, mais tarde, acontecera que a lâmpada que iluminava aquela sala, onde eles estavam, caíra e isto fez adivinhar o pior entre eles, o naufrágio.
            Depois deste trágico acidente se ter dado e quando Robinson acordara, verificara que o seu capitão tinha falecido. Este  estava perdido naquela ilha deserta, olhando para o barco desfeito, quase por completo.
            Explorou a ilha, e chegou mesmo à conclusão que estava sozinho naquele novo mundo.
            Nos primeiros dias ele não se sentia muito bem pois, descobrira uma poça de lama que uma vez lá dentro a poça emitia gases tóxicos que lhe davam um pouco a volta à cabeça e o faziam pensar em desistir da vida. Em contraste com este facto, por vezes, sentia que devia seguir com a sua vida, praticando uma cultura de vida mais recolectora, mas que lhe permitia sobreviver. Saía daquela poça e trabalhava um pouco nesse projecto cultivando pão, arroz, etc. Desenvolvera também numa gruta, uma espécie de casa cheia de “tralhas” que de vez em quando ia buscar ao Virgínia.
            Há que salientar também que antes de começar este modo de vida, ele tentara várias vezes construir um pequeno barco para sair daquele lugar, tendo construído um, porém como era tão pesado, o náufrago não conseguira demovê-lo do lugar onde estava, que ainda era bastante longe da praia. A pequena embarcação, como não era utilizada, começara a criar musgo e Robinson achara que aquele pequeno projecto tinha sido um fracasso e uma perda de tempo.
            Como já referi anteriormente, ele frequentava com alguma regularidade aquela poça de lama (deixando-o um pouco louco).
            Depois de um dia ter ido a esse charco, perto da praia, Robinson avistou um barco perto da costa de Speranza, já agora, nome dado por Robinson aquela ilha. Quando o marinheiro avistou aquele barco veio-lhe logo à cabeça que o poderia tirar daquele lugar, tendo feito inúmeros sinais para o barco. Contudo lá dentro apercebeu-se de que ia uma menina de ar jovial que lhe acenava.
            Robinson depois de muito pensar chegou à conclusão de que aquela moça era a sua irmã que tinha morrido, havia uns anos, também abordo de um navio. Pensou que estava louco e por isso percebeu que tinha de deixar de frequentar aquela poça para não ficar mais louco do que o que já estava.
            Certo dia, enquanto ele passava mais um dos seus dias naquela ilha, teve a súbita ideia de criar leis para aquele local, apesar de saber ou pensar que estava sozinho. Teve várias ideias e delas fez leis, mas subitamente, ouviu um barulho no outro lado da ilha. Foi investigar. Depois de chegar ao foco do barulho e espreitar por entre as árvores, observou índios que faziam um rito tradicional. Dezenas de índios à volta de uma fogueira, dançando e cantando. Uma índia, já com uma certa idade, precipitou-se para o meio dessa roda  e apontou para um índio. Esse seria o homem que seria sacrificado por mortes, maus anos agrícolas, catástrofes, etc. Seria atirado para a fogueira, mas antes a tal anciã, rogava algumas pragas a esse índio, que antes de ser queimado, ia ser torturado. Cortando-lhe os membros e atirando-os para a fogueira, de seguida.
            Para Robinson aquilo era penoso, e por esse motivo, a sua casa improvisada passaria a ser uma fortaleza para se proteger destes índios. Construiu uma fossa funda, meteu muralhas, bastantes coisas para se proteger desses índios. Ia ao barco afundado buscar restos de ouro, armas, pólvora e cereais. Estes últimos muitas vezes não eram aproveitados porque os ratos se tinham aproveitado para comer muitos grãos que tinham ficado na embarcação. Robinson, apesar de tudo isto, continuava a cultivar cada bocado bravio, de terreno.
            Quando fez a sua primeira colheita pensou em armazená-la para ter alimento. Isso não aconteceu. Pensou que se a guardasse, os pequenos roedores iriam aproveitar-se e encher a barriga. Com a colheita plantou uma nova que de certeza que iria dar mais que a actual. Plantou também arroz e outras árvores de frutos que o permitissem alimentar-se bem e saudavelmente.             Praticou este modo de vida durante algum tempo e deixou de frequentar a poça. Contudo, no fundo da gruta, encontrou um novo vício. Uma espécie de droga. Era no fundo da gruta, um compartimento que cada vez que lá entrava sentia tudo branco. Enroscava-se e sentia uma enorme sensação de segurança. Lembrava-se das vezes em que estava com a mãe e da sua infância. Passava lá bastante tempo e esquecia-se do que andava a fazer na ilha, mas quando saia continuava a sua caminhada.
            Certo dia, ouviu de novo barulhos e foi verificar o que se passava, acompanhado por uma espingarda para o caso de alguma coisa acontecer.        Eram de novo índios, mas estes já iam mais adiantados no seu ritual. A velha ia agora escolher a vítima. Escolheu um, mas depois reparou num índio de cor mais escura. Este antes de ser agarrado pôs-se em fuga em direcção a Robinson. Este não vai de modas e com a sua espingarda tenta atingir o índio em fuga, mas, Tenn, o cão que também tinha sobrado dos destroços do navio, fiel e sossegado, o cão da tripulação, lançara-se sobre Robinson, pois apercebeu-se do que iria fazer o seu dono. O marinheiro, com o empurrão do cão, desviou a sua mira e acertou no índio que vinha em perseguição. O foragido correu para Robinson, e os dois abandonaram aquele local.
            Robinson deu-lhe um nome, Sexta-feira. Este achava que devia a vida a Robinson. Por este motivo, o náufrago começou a usá-lo como uma espécie de escravo, mas primeiro que tudo companhia. Continuaram o cultivo, Robinson ensinou ao seu súbdito que era bom e que era mau de se fazer, e era uma animação.
            Com esta nova companhia, o marinheiro não sentia necessidade de se “drogar” naquele buraco. Apesar de tudo, certo dia ele não resistiu e foi para lá.
            Sexta-feira sentiu que o seu “patrão” não estava e por isso aproveitou para fazer algumas desgraças com o cãozinho. Pegaram em alguns trajes e jóias que Robinson tinha e foram para a plantação de cactos. Mascararam-nos e de seguida, dirigiram-se para a plantação de arroz. Lá, Sexta-feira, na brincadeira com Tenn, atirou uma pedra para o cachorro apanhar. Esta pedra foi para as salinas e Tenn caiu lá dentro. Apesar de ter pouca profundidade o cão não conseguiu sair, facto que levou o índio a abrir a passagem de água, que esvaziaria a salina, mas salvaria Tenn. Depois destas avarias todas e de terem regressado a casa. Robinson já lá estava. Sexta-feira explicou a Robinson o que tinham feito. Este sem grande alarido pois estava ainda sob o efeito da droga, foi ver o que tinham feito.
            Mais tarde chegou a primeira colheita de cereais. Os ratos começaram logo a destruí-la.  Robinson arranjou uma forma de os eliminar fazendo com que eles andassem à bulha pelos grãos de cereais, assim como uns eram maiores que outros e os mesmos iriam dar luta, iria haver grande número de roedores mortos. Assim Robinson acabou com a praga de ratos e teve alimento até à sua próxima colheita.
Quando Sexta-feira sentia que Robinson não estava por perto, pegava no cachimbo e dava umas cachimbadas. Sexta-feira percebeu que se o apanhasse, o seu patrão iria ficar muito decepcionado e chateado, por isso pegou no tabaco que estava a fumar e atirou-o para o fundo da gruta onde estavam os barris de pólvora. O que isto deu…. foi previsível… uma enorme explosão!
            Depois de Sexta-feira acordar, dirigiu-se de imediato para o corpo de Robinson para verificar se este estaria morto. Robinson despertou, mas incrivelmente não se chateou muito com Sexta-feira. Lembraram-se de verificar também se Tenn estava vivo. Não estava, o cãozinho tinha morrido, pois com a sua idade não aguentou mais.
            A partir desse dia os dois amigos passaram a encarar a vida de uma forma diferente. Vivendo mais a vida e aproveitando mais o que a natureza lhes dava. Deixar apenas que na ilha houve uma praga de papagaios e eles não conseguiam comunicar. Por isso tiveram que criar alguns sinais gestuais.
            Disse acima “Deixar apenas…” pois o resumo do livro terminou, o final ficará em aberto!
            Eu aconselho vivamente a leitura deste livro pois dá-nos uma grande lição daquilo que pode ser o nosso mundo, mesmo que não nos pareça nada.
            Como Robinson fez, não perdeu a esperança e na minha opinião se não se drogasse e ficasse louco na poça com aconteceu, a sua ilha poderia deixar de ser desconhecida e passar a aparecer no mapa!

Contributo de André Guerra Lopes 8ºC

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