Era uma vez um gato, que toda a vida tivera um sonho: ser vocalista de uma banda.
O gato era branco, com riscas cinzentas, tinha os bigodes muito bem penteados e um pêlo bastante macio. Apesar, de ter nome, o animal de quatro patas não gostava nada dele, preferia ter um nome de celebridade, como as estrelas de Hollywood.
Passava o dia a cantar e a imaginar como seria ter uma banda e ser famoso.
A sua dona, já não tinha paciência para as cantorias do gato, por isso correu com ele, e de preferência que fosse para bem longe.
O pobre gato ficou triste, por deixar a dona, mas por outro lado podia finalmente partir para Londres e realizar os seus sonhos.
Pelo caminho avistou um cão. Já o conhecia de vista, sabia perfeitamente que ao contrário de si, não tinha dono. E não ter dono, devia ser mesmo mau, na perspectiva do gato: assim quem é que lhe dava miminhos?
- Então como vai isso, amigo? – começou o gato, para quebrar o gelo.
- Vai-se bem, graças a Deus. E tu, o que fazes por aqui sozinho e para onde vais? – perguntou o cão.
- Vou para Londres, em busca de realizar o meu sonho de ser vocalista de uma banda. Tive uma ideia: porque não vens também? Podíamos formar uma banda eu canto de tu tocas guitarra. Que achas?- entusiasmou-se o gato, que já estava a imaginar tudo.
- Está bem, vou contigo. Também não há nada nem ninguém que me prenda aqui. - Respondeu o cão, disposto a viver o sonho com o seu recente amigo.
E lá foram os dois amigos, em busca da tableta que dissesse «Londres».
O gato ficou a pensar na vida que o cão levava, e pensando bem, agora também não tinha um abrigo, e muito menos quem lhe desse atenção. Acabou por não dizer nada e tentou afastar o pensamento, pois agora tinha era de pensar na banda.
Pelo caminho encontraram um cavalo branco, que parecia completamente perdido:
- Boas, então que fazes aqui, com essa cara de enterro? Não me digas que acabaste de vir de um funeral… – Brincou o cão, na tentativa de animar o cavalo.
- O meu dono vai mandar abater-me. Descobri que tenho problemas de coluna e o veterinário disse que já ninguém pode montar-me. – Lamentou-se o cavalo.
- Não há problema, vens connosco para Londres. Vamos formar uma banda, o gato canta, eu toco guitarra e tu tocas bateria. Então, vens connosco ou não? – perguntou o cão, que tal como o gato, estava a começar a adorar a ideia de formar uma banda.
O cavalo aceitou e lá partiram de novo o gato e o cão, na companhia do seu recentíssimo amigo: o cavalo.
Já há muito que a noite caíra, mas nem por isso os animais desistiram. Andaram, andaram, andaram e nunca mais avistavam Londres. Sabiam perfeitamente para o que vinham, mas também ninguém tinha dito que ia ser fácil…
Pelo caminho encontraram um carneiro que chorava amargamente.
- Olá, então, amigo, porque choras? Quem é que te fez mal? Não me digas que andas mal de amores! – perguntou o gato, tentando ajudar o pobre carneiro, que de pobre só se fosse psicologicamente, porque aparentemente de pobre não tinha mesmo nada…
- Se todos os meus problemas se resumissem a amores, estava eu descansadinho da vida. A minha dona morreu há uns dias, e eu era a sua única companhia. Agora fiquei entregue à sua irmã, que é má como as cobras. Vejam lá que quer queimar-se. Queimar-me bem queimadinho. E as minhas cinzas, vai atirá-las ao rio! – desabafou o carneiro, que na opinião do cavalo precisava mesmo de tirar umas férias.
- Essa mulher quer-te mesmo mal! O que é que tu lhe fizeste para ela te odiar tanto? – perguntou o cão, que apesar de ter pena do carneiro, até estava a achar piada à história da vida do animal, que acabara de conhecer.
- Ela acha que a irmã (a minha dona) gastou todo o seu dinheiro comigo, e por isso não lhe deixou nem um único cêntimo. E ela adora mais o dinheiro, que tudo na vida. Mas mudando de assunto, que tristezas não pagam dívidas… para onde vão? – despachou o carneiro.
Os três animais lá se explicaram e convidaram o carneiro a entrar na recentíssima banda e este por sua vez aceitou. Iria tocar baixo, apesar de nem saber muito bem do que se tratava, qualquer coisa era melhor que ser queimado vivo! até os convidou a passar a noite num barracão, que não ficava muito longe dali. Todos aceitaram e passaram muito bem a noite.
De manhã comeram e lá foram novamente em busca da felicidade.
- Londres, fica mesmo longe. A minha dona sempre me disse que era lá que os sonhos se realizavam. – informou o gato, que sinceramente até não sentia muito falta da dona.
- Olha eu penso de forma diferente. Sabem que viver na rua ajuda-nos a perceber que o mundo não é tal e qual como nós o pintamos, é bem mais escuro. Para mim os sonhos realizam-se onde nós quisermos, basta ter fé e acreditar. –Discordou o cão, que quando queria sabia tocar lá bem no fundo.
Dito isto, todos ficaram em silêncio. O cão conseguiu chegar-lhes ao coração e todos ficaram a pensar no que ele dissera e se realmente valeria a pena todo aquele esforço.
- Sabem, acho que independentemente das nossas diferenças na forma de pensar, devemos continuar unidos. Todos crescemos em mundos diferentes, mas não é por isso que não podemos ser amigos. Ir para Londres e formar uma banda, inicialmente era apenas o sonho do gato, mas nós entrámos com ele, por isso agora é o sonho de todos nós. Vá lá malta, estamos nisto juntos. – Discursou o cavalo
Continuaram a andar, a deixa do cavalo foi o bastante para todos pensarem em tudo o que estava a acontecer. Seria melhor desistir?
- Pessoal, eu agradeço-vos imenso virem comigo realizar o sonho de toda a minha vida. Mal nos conhecemos, mas deram-me a mão, coisa que eu nunca vou poder retribuir. Portanto, se alguém quiser desistir, está à vontade. – desabaou o gato, que estava mesmo a falar a verdade.
- Não, entrámos juntos e vamos sair juntos. Ninguém vai deixar ninguém para trás. Agora somos a coisa mais parecida com família que todos temos. E a família não se abandona! – disse por sua vez o carneiro.
- Sim, juntos uma vez, juntos para sempre! – disseram todos em coro.
Continuaram a andar e de repente viram um carro. E para grande espanto de todos era roubado. Os ladrões preparavam-se para matar o dono do carro, até que o cão resolveu intervir e foi tentar detê-los, o que acabou uma luta violenta.
- Olhem, vamos ficar aqui parados a olhar? Eu e o cavalo vamos ajudar o cão na luta e tu carneiro vais ver se vítima do assalto está bem. Vamos lá, um por todos e todos por um! – ordenou o gato, que estava a ficar preocupado.
E lá foram, de acordo com as ordens do gato.
Aquilo lá para os lados do cão, do cavalo e do gato não estava bonito. Os animais estavam a dar cabo dos assaltantes e estes já se encontravam a sangrar e com os olhos negros. Os criminosos acabaram por se render e foram-se embora aterrorizados, afinal eram apenas animais!!!!
- Não sei como agradecer-vos. Salvaram-me a vida! – disse o homem, que graças ao carneiro já começava a sentir-se melhor.
- Ora essa, não precisa de agradecer. Bem, passando às apresentações: eu sou o cão, este é o gato, aquele é o cavalo e este é o carneiro. Vamos agora para Londres, formar uma banda. – Informou o cão.
- Eu chamo-me João Pedro. Esperem aí, disseram que iam formar uma banda em Londres e por acaso eu sou dono de uma editora discográfica. Por favor, aceitam trabalhar comigo? – perguntou o homem, já bem mais animado.
- Mas ainda nem sabe se realmente somos bons e se temos potencial. – Argumentou o carneiro.
- Isso não interessa, se não forem bons arranja-se outro trabalho qualquer na área da música. É a única forma que tenho de vos retribuir tamanho acto de coragem! – pediu o homem.
Os animais aceitaram. Foram para dentro do carro e lá chegaram a Londres.
Agora vão gravar um disco e esperemos para ver o que o futuro lhes reserva.
E pronto, a história acaba aqui! Quanto aos quatro amigos não sei mais nada, mas de uma coisa tenho a certeza: com banda ou sem ela, continuaram unidos para sempre e isso é o que mais importa. Afinal de que nos vale ter tudo o que se pode comprar, se não temos quem goste de nós?
...Contributo de Marisa Ferreira, 6ºA
Ahah! Eu gostarei sempre de ti!!! ;)
ResponderEliminarLindo o texto!
Bjs :)